segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

A primeira vez a gente nunca esquece...


Se recordo-me bem, a primeira vez que fui surfar foi mais ou menos assim:
Eu, acompanhado de mais seis amigos: meu irmão Aderbal (falecido), César Chaim, Marcos “Peruca”, Inácio “Neto Boy”, Roberto Metlicz “Betinho”, e João “Pig”.
Éramos sete jovens, cinco bicicletas e uma única prancha amarela de marca Lino (atual Tropical Brasil), com destino a praia do Guaecá, para surfarmos nossas primeiras ondas. A ida em si até a praia foi uma aventura inesquecível.
Ao chegarmos ao Guaecá, o mar apresentava condições de meio metro de ondas regulares, condições propícia para quem está iniciando. O primeiro a entrar no mar foi o Betinho, pois era o único que já surfava, o próximo foi César Chaim, dono da prancha, e em seguida seria minha vez, momento pelo qual aguardava ansioso e cheio de expectativas.
Peguei a prancha das mãos do Chaim, amarrei a cordinha (leash), entrei no mar e dei minhas primeiras braçadas desengonçadas sobre a prancha, rumo ao fundo (outside), sem saber o que estaria por acontecer. Sem muita paciência, virei e comecei a remar na primeira onda que veio em minha direção, me posicionei e consegui ficar de pé, mesmo descontrolado, surfando minha primeira onda até a beira da praia. No final, levantei os braços e soltei um grito de comemoração e pura felicidade, pois naquele momento senti uma emoção que jamais havia imaginado existir. Todos que foram, conseguiram surfar sua primeira onda e naquele fim de tarde inesquecível, partiram do Guaecá sete jovens que passaram a encarar a vida de maneira mais saudável e alegre.
Para todos os que já deram seu primeiro beijo, arrumaram sua (seu) primeiro (a) namorado (a), dirigiram seu primeiro carro, conseguiram seu primeiro emprego, a essas pessoas, digo que se um dia tiverem a oportunidade, que tentem surfar sua primeira onda, pois até hoje não consegui encontrar palavras para descrever essa emoção, a mesma que senti ao ver minha primeira coluna publicada. Esse momento vai ser mais um que ficará eternamente gravado em minha memória, pois “a primeira vez a gente nunca esquece”.

Luis Zumbi

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