segunda-feira, 13 de março de 2006

Surfe é Poesia

Descendo do morro, sorriso no rosto
A prancha no braço, a pressa no passo
Queimando descalço
Pisando no asfalto, driblando o cansaço

Se benze na água e sente seu gosto
Conversa com as ondas e busca um espaço
Sortudo descobre um buraco e se entoca
No tubo recebe de Deus um abraço

No grito abafado que sai do canudo
Mantendo o equilíbrio e pisando tudo
Na prancha barata quebrada no bico
Nascendo e vibrando se sente o mais rico

Surfista do morro, saindo do mar
Voltando pra casa, saindo do lar
Andando nos becos, subindo a escada
De cabelos secos e alma lavada

Autor desconhecido

domingo, 5 de março de 2006

O Reencontro

Na terça-feira (21/02/06) da semana passada Lucas Guimarães me ligou por volta das 13:00, convidando para ir surfar, retruquei afirmando que não havia onda. Mas para minha surpresa ele disse que havia conversado com pessoas vindas do Bonete, uma comunidade de pescador, que passaram pelo Areiado, onde quebravam ondas de cerca de um metro e meio de altura.
Combinado a surf trip, iniciamos os preparativos e as 14:00 horas descemos o barco na Praia Preta e seguimos para o local, levamos aproximadamente 35 minutos de navegação até o lugar embaixo de muito sol e saltando muitas marolas pelo mar.
Ao chegarmos o local avistamos duas pessoas em um jet-ski, ao aproximarmos reconhecemos uma das pessoas. Se tratava do Alemão de Maresias e um amigo que estavam se alimentando após uma sessão de town-in nas lindas esquerdas que rolavam.
Foi uma bela recepção por um dos maiores free surfers do Brasil, que agora vem se especializando na prática do town-in e pelas belas e enormes ondas que quebravam, pedimos informações das condições do mar; como arrebentação, tempo de series das ondas, tamanho, grau de dificuldade, etc. O Lucas preparou sua prancha e caiu de imediato no mar, eu aproveitei para botar o papo em dia com o Alemão, pois como venho retornando ao rip do surfe recentemente, não estava muito seguro em surfar nas condições que o mar apresentava.
Depois de muito papo resolvi cair, e para minha surpresa as ondas estavam melhores do que pensava, em minha primeira esquerda deu para sentir a força da onda e que não era tão difícil como imaginava, desci até a base cavei e executei duas rasgadas como há muito tempo não realizara, surfei por volta de 2 horas e sai, pois não agüentava mais o cansaço. Logo depois chegaram o Lucas seguido do Alemão e seu amigo. Conversávamos enquanto preparávamos as coisas para partir, isso já eram 17:30, tiramos foto para recordação do dia memorável, quando começou a soprar um vento terral deixando as ondas mais perfeitas ainda, Lucas de imediato voltou para o mar seguido de Alemão puxado pelo jet-ski. Eu fora de forma fiquei apenas a observar do barco. Posso dizer que o Alemão arrebentou nessa ultima sessão de surfe town-in com vento terral e o sol se pondo como pano de fundo, ele passava as ondas jogando muita água nas rasgadas e desfilando por dentro dos lindos tubos, fantástico...
Esse dia ficou marcado como o meu reencontro com boas ondas, um bom surfe e um amigo que não falava há um longo tempo, simplesmente inesquecível.